segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Ministério do Discipulador - discipulado é um relacionamento de duplo sentido

1.1.        O Conceito de Parceria
  • Estabelecer um relacionamento com o discípulo não deve ser visto como um processo de um único sentido. Como um mentor, você tem pelo menos um pouco mais de experiência do que o discípulo.
  • Pense no relacionamento como se estivesse começando uma parceria. Rejeite qualquer pensamento de sua mente de que este é um relacionamento de cima para baixo, ou de pai para filho.
  • Não desenvolva a amizade baseado na pressuposição de que o discípulo não tem nada para contribuir. Espere receber ministração, ser abençoado e encorajado. Deus trabalhará em cada um de vocês, e vocês serão edificados com isso.
1.2.            Faça uma Lista de Expectativas
  • Vocês dois têm necessidades. O que vocês esperam de seu tempo juntos? As expectativas devem ser claramente definidas por ambos os lados. 
  As Expectativas do Discipulador
  • Como discipulador, o que você espera de retorno de seu investimento em tempo e dedicação? Como você deseja contribuir para a vida do discípulo?
  • Se você pensar sobre essa questão em oração, seu tempo juntos será de grande benefício para ambos.
  • A seguir há uma lista parcial de coisas que você pode fazer corno discipulador. Marque as mais importantes para você:
(   ) Colocar alvos elevados de realizações.
(   ) Oferecer idéias desafiadoras.
(   ) Ajudar a edificar a autoconfiança.
(   ) Encorajar a oração como um estilo de vida.
(   ) Oferecer amizade.
(   ) Confrontar comportamentos e atitudes negativas.
(   ) Ouvir problemas pessoais.
(   ) Ensinar pelo exemplo.
(   ) Promover experiências de crescimento.
(   ) Compartilhar textos que têm sido importantes para você.
(   ) Explicar como a igreja funciona.
(   ) Treinar a maneira de compartilhar durante o período da edificação em reuniões.
(   ) Estar à disposição em tempos de crise.
(   ) Oferecer conselhos sábios e palavras de conhecimento.
(   ) Encorajar o comportamento característico de pessoas do Reino.
(   ) Despertar consciência no discípulo da sua própria realidade.
(   ) Incentivar o amor pelo estudo bíblico.
(   ) Compartilhar conhecimento básico.
(   ) Ajudar o discípulo a tomar-se um discipulador.
(   ) outros:__________________________________________

  As Expectativas do Discipulador
  • O que o discípulo espera do discipulador? Isso deve ser discutido no primeiro encontro, e funciona melhor em uma reunião informal, talvez em uma refeição juntos.
  • Você pode dizer: "Nós passaremos alguns meses juntos enquanto você estuda as orientações diárias de crescimento. Eu quero que nossos encontros atinjam suas expectativas. O que você espera que aconteça em nossos encontros? Talvez você tenha algumas expectativas para as duas ou três primeiras semanas, relacionadas com mudanças que você está disposto a fazer em sua vida neste momento.
  • Outras expectativas irão se desenvolver mais tarde, mas teremos um ponto de partida se discutirmos as que estão em sua mente neste exato momento".
  • A seguir há uma lista parcial de algumas possíveis expectativas do discípulo (ofereça esta lista para o discípulo):
(   ) O desejo de saber mais sobre como Deus fala a nós.
(   ) Interesse pelos outros membros
(   ) Ajuda com problemas complicados que precisam ser solucionados logo.
(   ) Ajuda para entender os conceitos apresentados nas orientações diárias de crescimento.
(   ) Levar membros da família e amigos a Cristo.
(   ) Livrar-se de hábitos antigos que não combinam com o Reino de Deus – hábitos que parecem dominar o discípulo.
(   ) Compartilhar grandes sonhos e planos para o futuro, inclusive metas de longo prazo a serem atingidas.
(   ) Relacionamento com o marido ou esposa, tentando colocar Jesus no centro do casamento.
(   ) Relacionamento com os filhos, família, ou outros parentes que podem ser desafiados a se tornar membros ativos de uma célula.

1.3.            Faça um acordo Discípulo-Discipulador
  • Ao recapitularem as expectativas de ambos os lados, uma visão do que Deus poderá fazer com vocês irá se desenvolver. Seria uma boa idéia escrever em duas cópias os assuntos compartilhados durante essa conversa!
  • A sugestão é que vocês formulem um "Acordo discípulo-discipulador".
  Como fazer este acordo?
  • Não é necessário que seja escrito formalmente. Escrevam somente os pontos chave da discussão sobre suas expectativas.
  • O propósito desse acordo é definir os objetivos para que haja apoio mútuo.
  • Seguem abaixo alguns tópicos que devem estar no acordo:
  1. Quando e onde as ligações telefônicas podem ser feitas.
  2. O dia de semana em que vocês sempre terão seu encontro.
  3. O horário em que vocês terão seus encontros semanais.
  4. Permissão para o líder de célula saber, como confidente, de assuntos pessoais discutidos entre vocês dois.
  5. Possibilidade de parentes e amigos serem convidados para seus encontros informais.
  6. O modo que vocês acham mais adequado para compartilhamento: por exemplo, em uma sala, ou em uma refeição onde vocês possam conversar.
  7. Será dada prioridade à memorização de versículos, e vocês cobrarão isso um do outro.
  8. A promessa do discípulo de que as orientações diárias de crescimento no Bem-vindo à família sejam completadas diariamente e não de uma única vez em um dia (durante as três primeiras semanas, pelo menos, vocês estarão cobrando esse aspecto). 
  Como vocês farão a avaliação desse acordo?
  • Vocês podem combinar um encontro mensal para uma reavaliação
  • A verificação do progresso feita corretamente será de grande beneficio.
II – Crescimento requer Investimento de Tempo
  • A formação de um elo requer tempo. Quanto mais tempo vocês passarem juntos, mais forte será seu relacionamento. Isso não significa necessariamente mudanças em seus compromissos já assumidos. 
  Algumas idéias:
  • Vocês podem estar juntos durante os cultos?
  • Vocês podem sair juntos para uma refeição com seus familiares, talvez depois do culto ou em outra oportunidade?
  • Vocês podem praticar um esporte juntos? Fazer compras? Levar as crianças ao zoológico? Levar suas famílias para um piquenique em vez de saírem sozinhos?
  • Resumo: Qualquer atividade que fizerem juntos é um investimento no relacionamento que vai produzir frutos preciosos nos próximos anos de suas vidas.
2.1.  Conheça o OIKOS do discípulo
  • Não ignore o oikos do discípulo. As pessoas que têm um relacionamento mais próximo com ele ou ela precisam conhecer você e respeitar você. Se você não der atenção para essa área, pode se desenvolver uma hostilidade desnecessária.
  • Logo no começo de seu relacionamento, visite a casa do discípulo e conheça todas as pessoas que vivem com ele. Seria apropriado que ocasionalmente você ligasse para algum dos familiares para conversar sobre suas vidas, trabalho, ou qualquer atitude que mostre um interesse em suas vidas. Isso é muito mais importante quando há pessoas na família que não conhecem a Cristo.

Seis Atitudes de um Discipulador

I – O Discipulador Ouve
  • Na escola aprendemos a ler e escrever, mas a maioria das pessoas não teve nenhum treinamento formal de como ouvir. Se não aprendermos a ouvir, nunca entenderemos realmente o quadro geral do estilo de vida de outra pessoa.
  Definição de Ouvir:
  • Ouvir significa compreender a maneira pela qual a outra pessoa vê o mundo. Uma vez feito isso, nós vemos o mundo da maneira com que ela vê o mundo, e assim entendemos como ela se sente.
☺ Veja esta figura:
  Ouvir ≠ Falar a si Mesmo
  • Na verdade essas duas pessoas não estão conversando uma com a outra. Elas estão falando para elas mesmas! É muito fácil projetar seus princípios e valores em outra pessoa, distorcendo, dessa forma, o que aquela pessoa sabe ou valoriza.
  • Para ministrar ao discípulo, você deve cuidar para não pressupor que seus princípios fazem sentido automaticamente para a outra pessoa. 
1.1.      Não cometa estes erros:

   Ignorar o que está sendo dito,  enquanto pensa: "O que eu vou dizer como resposta ao que ele está falando?"

   Parecer estar ouvindo, desligando-se da conversa com comentários do tipo "Sim. Ah, sei ... Certo ... " 3. FILTRAR O QUE ESTÁ OUVINDO, escolhendo apenas o que você quer ouvir e ignorando o restante dos comentários.
   Ouvir intensamente, , prestando atenção excessiva no que está sendo dito mas sem estar sensível aos sentimentos que estão por trás das palavras.

1.2.      Use a "Escuta intencional, ativa"
  • Nesse nível você procura entender as necessidades, os medos, as alegrias e as fortes convicções do discípulo. Isso é chamado, por alguns, de "escuta ativa".
  • Em vez de pressupor pensamentos e sentimentos, você está lidando com a realidade dentro da cabeça e do coração da outra pessoa. Você está ouvindo para entender.
  Lembre-se:
“Necessidades satisfeitas não levam a pessoa a crescer em Cristo. Apenas as necessidades não satisfeitas fazem isso”.
  • Quando você realmente ouve, o discípulo compartilha as coisas mais profundas de sua vida. 
1.3.      Ouça com Aceitação

  Caso Real:
Um ex-viciado em drogas disse certa vez: “Ainda quando estava lutando para me libertar do vício, eu contei a alguns cristãos sobre minha luta para manter-me longe das drogas. Sabe qual foi o resultado, eles passaram a me evitar. Eles parecem aceitar muito bem as pessoas que dizem que estiveram envolvidas com drogas, mas eles não querem contato com alguém que ainda está nas drogas!"

  Não julgue, aceite as pessoas
  • Seria terrível para o discípulo sentir que você tem esse tipo de atitude enquanto está escutando as necessidades dele.
  • Ouça com aceitação, sem julgar e condenar o que está escutando.
1.4.      Cuidado com a Expressão Corporal
  • É muito importante dar atenção ao que você transmite com a sua expressão corporal enquanto ouve.
  Pesquisa:
  • Estudos mostram que 55% do impacto que você faz ao ouvir uma pessoa não vêm de sua expressão verbal; mas sim da maneira em que você senta, o que você faz com seus braços e mãos etc. Outros 38% de sua influência serão transmitidos por sua expressão vocal, e apenas 7% pelas palavras que você diz!
  Ouça com os ouvidos espirituais
  • Ouvir é uma tarefa difícil ­especialmente quando você está tentando ouvir com os ouvidos fisicos o que o discípulo está falando e com os ouvidos espirituais o que o Senhor está falando. 
II – O Discipulador Intercede
  • A razão pela qual é tão importante ouvir é que você pode interceder ao Senhor por aquilo que foi compartilhado.
2.1.Definindo Intercessão
  • Intercessão é aproximar-se de Deus em favor de uma outra pessoa
  • A palavra interceder vem de duas palavras do latim que significam "estar entre".
  • Ser um discipulador para outra pessoa significa implorar a Deus por misericórdia pelo discípulo, que está em necessidade.
2.2.Exemplos de Intercessão

  Abraão intercede por Sodoma e Gomorra (Gn 18.1-2, 16-33)
  • Abraão intercede por essas cidades e Deus responde ao seu apelo.
  Moisés intercede por Israel (Ex 32.1-14)
  • A intercessão de Moisés salvou Israel do julgamento de Deus
  A Igreja intercede por Pedro (At 12.1-19)
  • Pedro havia sido liberto da prisão por meio da intercessão da Igreja que se reunia na casa de Maria.
2.3. Intercessão pelo discípulo gera vida (1 Jo 5.16)
“Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.”

  Quais os tipos de pecado apresentado neste texto?

  "o pecado que traz a morte”
  • Muitos estudiosos dizem que a palavra "morte" nesse texto refere-se tanto à morte espiritual quanto física
  "o pecado que não traz a morte”
  • Alguém chamou isso de "pecado imprudente" - coisas que um cristão imaturo faz por ignorância, repetindo velhos hábitos que foram enraizados antes de sua entrega a Cristo. 
  Tendo como base o texto acima o que fazer nesta situação:
Certo discipulador tomou-se próximo o suficiente do discípulo para saber que ele tinha o hábito de fumar secretamente. O fato de ele esconder seu hábito revelou que sabia que estava fazendo algo errado. O relacionamento entre eles ­não era ainda forte o suficiente para confrontar a hipocrisia e o hábito. O que o discipulador deveria fazer?
  • O discipulador deve levou a situação a Deus em oração intercessória. Ao fazer isso, uma grande paz invadiu sua alma. Foi como se Deus tivesse dito: "Deixe essa situação para mim. Eu lidarei com ela".
  • De fato, é exatamente isso que o verbo grego diz que deve acontecer em situações como esta. O texto está dizendo: "Se você ora por seu irmão mais fraco, que está envolvido em pecado imprudente que não traz a morte como punição, então Deus dará vida a você (o intercessor) e ao discípulo!”
  • Você enfrentará situações em seu ministério em que você simplesmente apresentará a situação ao Senhor e descansará sabendo que ele tomará contai
2.4. A Intercessão te faz um com o Espírito (Rm 12.8)
  • A palavra grega usada para o Espírito Santo é parakletos = "alguém escolhido para ajudar".
  • Esta mesma palavra é usada como um particípio para descrever o dom espiritual de animar os outros
  • Este dom estará operando em você enquanto você servir de discipulador, você estará literalmente respondendo ao chamado de ser "alguém escolhido para ajudar"!
2.5. A Intercessão nos cura também (Rm 8.26)
"Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que as palavras não podem explicar, pede a Deus em nosso favor. "
  • O fato interessante sobre ser um intercessor é o relacionamento que nos é proporcionado com o Intercessor!
  •  Você crescerá em sua própria vida de maneira especial enquanto ele se coloca do seu lado para ajudar você a tomar-se um parakletos para outra pessoa.
III – O Discipulador forma pelo exemplo próprio

3.1.   Somos Modelos querendo ou não (1 Co 11.1)
“Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.”
  • Você alguma vez já pensou que qualquer coisa que você faça (algo nobre ou não) é uma atitude que serve como modelo? Não escolhemos ser modelos é o resultado inevitável de viver. 
☺ Seria arrogância pretendermos ser modelo para alguém?

  Paulo estava longe de ser arrogante ao escrever estas passagens:
"Por isso peço que sigam o meu exemplo" (1 Co 4.16)
"Meus irmãos, peço que sigam como eu" (Gl 4.12)
"Meus irmãos, continuem a ser meus imitadores. E observem também os que vivem de acordo com o exemplo que temos dado a vocês" (Fp 3.17)
"e seguiram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor" (1 Ts 1.6)
"Vocês sabem que devem seguir o nosso exemplo " (2 Ts 3.7)
claro que temos o direito de receber ajuda; mas não pedimos nada para que vocês seguissem o nosso exemplo" (2 Ts 3.9).

  O autor da carta aos Hebreus também diz:
"Lembrem-se dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que tinham.” (Hb 13.7)

3.2.   Somos dignos o suficiente para sermos modelos?
  • Mesmo você não olhando para si mesmo como um "líder", você o é.
  • Satanás enche sua mente com pensamentos como este: "Oh, não! Eu não estou pronto para isso. Minha vida está uma bagunça. Eu não posso ser um modelo de vida cristã!
  A justiça de Cristo nos torna dignos (Rm 8.1)
"Mas se Cristo vive em vocês, isso quer dizer que, embora o corpo vá morrer por causa do pecado, para vocês o Espírito de Deus é vida porque vocês têm sido aceitos por Deus. "
  • Apenas lembre-se disto: nenhum de nós é perfeito, ­e nunca o seremos até irmos para o céu. Mas quando você se tomou cristão, você foi revestido com toda a justiça que você nunca alcançaria.
  A presença de Cristo nos torna dignos (Gl 2.20)
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”

  • No momento em que você orou para receber a Cristo, ele literalmente veio para habitar em você. Com a entrada dele em sua vida, toda a justiça dele inundou seu ser.
  • Você nunca será mais justo do que é neste exato momento, porque a única origem da justiça que você pode possuir veio para habitar em você.
  • Se você acreditar nos sussurros de Satanás dizendo que você não é bom o suficiente para ser um modelo de vida cristã, você está aceitando uma mentira como verdade.
3.3.   Somos maduros o suficiente para sermos modelos?
  • Talvez você não seja tão maduro em sua fé quanto um dia há de ser. Mas o objetivo agora não é servir como modelo de maturidade, mas de amor por Jesus e do desejo de servir seu Senhor!
☺ Pense Nisto:
Há muitos anos, quando meu filho Ralph tinha sete anos de idade, eu estava fora numa viagem missionária. Ele escreveu uma carta para mim. Eu sorri ao ver sua carta com letras tão feias e repleta de erros ortográficos. Sua escrita era perfeita? Nunca! Mas o que ele escreveu provocou lágrimas em meus olhos.
Era mais ou menos assim: "Qerido Pai. Eu amu você. Esta com saldade. Vote logo. Ralphie.” Sua carta estava perfeita!  

  Não esconda seus defeitos
  • Essa é a atitude que Deus espera de você como discipulador. O discípulo não espera perfeição de você. Deixe suas verrugas e espinhas espirituais aparecerem, ­escondê-las é um grande erro.
  • Mas você pode mostrar um coração de servo, um espírito preocupado com os outros, um gesto de amor. É isso o que é necessário para tornar-se um modelo perfeito. 
  Você será respeitado pela sua preocupação não pela sua perfeição
  • Quando você começa a descobrir que é respeitado e amado em virtude da sua preocupação pelo discípulo, você ganhará confiança em seu próprio potencial para os propósitos divinos.
  • O presente mais valioso que você pode dar é um exemplo sincero de companheirismo nessa jornada. Permitir que Cristo seja revelado em você é o que trará influência sobre a vida do discípulo.
IV – O Discipulador Ensina

  Quando você ouve o verbo ensinar pensa em que?
  • Existem duas coisas nas quais pensamos quando o verbo ensinar é mencionado. A primeira é uma sala de aula, e a segunda é um quadro-negro! 
4.1.  Ensinar ≠ Apresentar Fatos Desconhecidos
  • Se discipular pra você é um professor explicando fatos que ainda não foram aprendidos pelo discípulo pegue um apagador e apague essas impressões do guadro-negro de sua mente.
  • O que você fará como "professor" deve ser baseado em um modelo mais bíblico. Nos dias de Jesus o método de instrução era essencialmente oral, com uma forte ênfase na memorização. O objetivo não era acumular informações, mas causar uma transformação na vida do aprendiz.
  • Companheirismo e vida compartilhada eram as coisas que marcavam o relacionamento: o aluno estava constantemente com o seu professor.
  • Além disso, esperava-­se do discípulo que assumisse uma posição de servo de seu professor cumprindo tarefas básicas como carregar lenha, comprar comida, esfregar o chão etc.
V – O Discipulador Marca o Passo

5.1.      O que você entende por marcar o passo?
  • Marcar o passo é um termo emprestado do atletismo. 
  Objetivo do marcador de passo:
  • Acertar o passo para os que o seguem.
  • Mostra o caminho, indicando a direção a ser tomada.
  • Mostra como correr constantemente em vez de dar arrancadas (ir muito rápido no início fica sem fôlego muito antes do final da corrida – começar muito devagar pode terminar na última posição)
  Áreas que necessitam de alguém que marque o passo
  • Oração – uma hora juntos em oração é um exemplo. É bem provável que ninguém tenha adquirido esse hábito de orar por tanto tempo sem que outra pessoa tenha mostrado a maneira de fazê-Io.
  • Testemunho – testemunhar para os perdidos é outra área que sempre requer alguém experiente para dar o exemplo nas visitas e no acompanhamento. 
VI – O Discipulador envolve o discípulo com outros cristãos

6.1.  Evite o exclusivismo (outros podem ajudar você)
  • Não permita que o relacionamento que você desenvolveu com o discípulo se tome exclusivo! Procure desenvolver contatos com outros que tenham tido experiências similares. Estenda os relacionamentos do discípulo a outros membros da célula e da Igreja. Reconheça que esses novos relacionamentos irão complementar o seu trabalho com o discípulo.
  Por que isto é importante?
  • Se você não fizer isso, o resultado do discipulado poderá ser um "eco" de você mesmo. Ecos não são vozes! Dominar o discípulo ou limitar os contatos com outros da célula não é muito sábio. É bom pensar em pessoas de sua célula ou de sua igreja que possam enriquecer a vida do discípulo.  
  • Programe encontros entre eles para estimular futuros contatos, independentes de sua presença.
  • Se você está tentando satisfazer suas próprias necessidades emocionais ao limitar os contatos e amizades do discípulo com outras pessoas, existe o perigo de seu relacionamento com o discípulo se romper.

Prestação de Contas - o discipulador e suas responsabilidades

☺ Relembrando:
  • Discipulador   Pessoa que se compromete a responder por outra; que é responsável pelas faltas do outro.
I – Onde Está o Seu Irmão (Gn 4.9)
  • Compare estes dois textos e defina o que é uma vida controlada por Cristo e uma vida controlada por Satanás.
  Uma vida controlada por Cristo (Os 2.23)
E eu amarei aquela que se chama Não-Amada; para aquele que se chama Não-Meu-Povo eu direi: 'Você é o meu povo', e ele responderá: ‘Tu és o meu Deus’.”

  Uma vida controlada por Satanás (Os 2.23)
E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?”

1.1.     Discipular é formar relacionamentos
  • Discipular não se resume em encontros semanais. É um processo de formação de relacionamento.
1.2.     Discipular é tornar-se responsável por alguém
  • Discipular é viver a vida cristã é tornar-se responsável por alguém que de outra forma você ignoraria. Eu sou de fato o guarda de meu irmão! 
1.3.     Discipular é prestar contas a alguém e de alguém
  • Eu inicio esse relacionamento com outra pessoa pronto para prestar contas do que eu faço e de como reajo ao que ele ou ela faz.
  • Nesse relacionamento, o discípulo deve prestar contas do que está fazendo com aquilo que você está oferecendo para seu crescimento espiritual. Deve haver prestação de contas e responsabilidade mútuas.
II – Prestando conta nas pequenas coisas (Fl 2.3-4)
"Não façam nada por interesse pessoal ou desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes, e cada um considere os outros superiores a si mesmo. Que cada um procure os interesses dos outros e não somente os seus próprios interesses. "

2.1.   Avaliar a fixação do conteúdo apresentado
  • Uma dessas tarefas é a revisão do material estudado durante a semana. As mentes mais preguiçosas vão evitar essa disciplina. Portanto, se vocês dois concordam em fazer isto então não deve haver desculpas para que não se faça
2.2.   Avaliar a pontualidade nos encontros pré-fixados
  • Outro exemplo é a pontualidade em seus encontros em vez de sempre começarem atrasados. Esse é outro "pequeno sinal" de um comportamento responsável. Preocupar-se um com o outro é um processo de dois sentidos. A melhor habilidade de uma pessoa é a confiabilidade.
III – O Discipulador e Suas Responsabilidades

3.1.   Deve abrir mão de suas necessidades pessoas em prol do seu discípulo
  • Iniciar o ministério de discipulador significa para você um degrau muito importante no aprendizado de como viver como um cristão autêntico.
  • Ao invés de dizer "A igreja para mim", você deve dizer "Eu para a comunidade".
3.2.   Deve ser mais do que um simples parceiro de oração
  • Discipular é mais, muito mais, do que simplesmente tornar-se um "parceiro de oração".
  • Esse termo não é suficiente para definir o que precisa acontecer. Nós devemos fazer mais do que "orar uns pelos outros".
3.3.   Deve se tornar responsável por esta pessoa
  • Nós devemos amar uma pessoa tanto que desejamos nos tornar responsáveis por essa pessoa. Leva tempo até sairmos de nosso egoísmo auto-protetor para o amor verdadeiro. 
3.4.   Ser responsável significa fazer sacrifícios
  • Não seja superficial ao iniciar seu relacionamento com o discípulo.
  • Amor significa fazer grandes sacrifícios pela outra pessoa. Significa reagir ao clamor da dor profunda. Significa alegrar-se quando os resultados aparecem. Significa esperar por mais luz na vida de seu amigo - e na sua vida - enquanto vocês crescem juntos em Cristo.
  Um pacto de sangue (1 Sm 20)
  • Neste texto Saul está tentando destruir Davi. Jônatas, o filho de Saul, faz um acordo especial com Davi: "E, quando o Deus Eterno destruir completamente todos os nossos inimigos, que nós não quebremos a promessa quejizemos um ao outro" (vs 16)
  • Quando Saul planejou matar Davi, o acordo entre esses dois homens salvou a vida de Davi: "Novamente Jônatas fez um juramento de amizade a Davi, pois ele amava Davi como a si mesmo" (vs 17)
  Um compromisso total
  • O acordo entre esses dois homens é um exemplo do compromisso total que começará a crescer entre você e o discípulo.
  • O relacionamento com o discípulo deve ser prioridade em sua vida. Com essa prioridade irá se desenvolver uma parceria de mão dupla: responsabilidade e prestação de contas.
3.5.   Ser responsável não significa tornar-se uma muleta
"Cada vaso deve sustentar-se em seu próprio fundo". (provérbio chinês)

   Você não deve resolver problemas para ele
  • Discipular não é tomar-se um solucionador de problemas ou um "salvador" para o discípulo.
  • Falsos amigos são aqueles que só vêem boas qualidades e ignoram as áreas de grande necessidade.
  • Uma característica do discipulador falso é que ele não ajuda o discípulo a andar com suas próprias pernas. 
   Você não deve tomar decisões por ele
  • Se o discípulo vai prestar contas a você, isso não significa que você se tornará responsável por tomar decisões por ele. Isso não é sadio! Pelo contrário, caminhe com o discípulo em cada problema, mostrando elementos que não pareçam tão óbvios para ele.
IV – Estágios de um Relacionamento de Prestação de Contas

  Quanto tempo será necessário?
  • Para se chegar a um bom nível de prestação de contas, é necessário muito tempo.
  • Nós devemos conquistar o direito de ouvir as coisas mais profundas do coração de outra pessoa.
  • Amor e respeito serão desenvolvidos quando vocês se conhecerem melhor. Ao descobrirem interesses comuns, vocês experimentarão períodos de compartilhamento significativos que criarão um forte elo entre vocês. 
  Esteja pronto para passar pelos quatro estágios abaixo ao ministrar ao discípulo:

4.1.       Estágio de Familiarizar-se
·         Quando encontramos alguém pela primeira vez, nós associamos este estranho com pessoas que já conhecemos e que têm características similares.
·         A associação pode estar relacionada com o tom de voz, características faciais etc.

  Preste bastante atenção nisto:
  • Se a pessoa me lembra alguém que eu amo, eu responderei positivamente. Se a similaridade é com alguém que me machucou no passado, eu serei bem defensivo em minhas respostas.
  • Ser responsável por, ou prestar contas para alguém, não é possível neste primeiro estágio. Mas, seus primeiros encontros devem ser focalizados no aspecto de vocês tomarem-se mais familiares um com o outro, usando perguntas mais superficiais.
  Pergunatas úteis para ajudar no aprofundamento de relacionamentos neste primeiro estágio:
1.      Onde você viveu dos 7 aos 12 anos de idade?
2.      Quantos irmãos e irmãs você tem?
3.      Qual o meio de transporte que sua família usava?
4.      Quem você sentiu mais próximo durante aqueles anos?
5.      Quando "Deus" tomou-se mais do que uma palavra para você?

4.2.       Estágio de Conflitos
  • Uma vez conhecendo um ao outro, pode haver conflitos que surgirão de seus estilos de vida, sistemas de valores ou prioridades. Algumas vezes este conflito pode ser intenso e outras vezes mais superficial.
  • Neste estágio, vocês dois devem aprender a aceitar um ao outro e concordar que suas diferenças não irão prejudicar seu relacionamento. Peça ajuda ao líder da célula se você não conseguir administrar essa dificuldade.
4.3.       Estágio de Comunhão
  • Neste terceiro estágio, que deve ser atingido depois de alguns encontros, você vai atingir o momento em que prestar contas já pode acontecer. Vocês terão conquistado o respeito um do outro.
  • Este é o momento em que as verdadeiras necessidades virão à tona e passos serão dados para que vocês possam focalizar no senhorio de Cristo.
4.4.       Estágio de Ministério e Alcance a Outros
  • Finalmente, você vai entrar em um relacionamento de confiança profunda. Quando você sentir que alcançou bons resultados em relação às necessidades do discípulo, mude o foco de seus encontros para ajudar outras pessoas.
  • Não deixe seu relacionamento tornar-se fechado ou exclusivista!

Escolhendo a quem Discipular - Jesus e o seu pequeno grupo

I – A Fase Inicial do Ministério de Jesus (Mc 3.14)
“E nomeou doze para que estivessem com ele...”

1.1.  A busca pela intimidade
  • Jesus antes de assumir a forma humana, ele tinha vivido sempre em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Ele conhecia a importância dos relacionamentos.
  • Mesmo antes de seu primeiro milagre em Caná, ele já havia formado um grupo especial de homens que estariam com ele pelo resto de sua vida aqui na Terra. 
1.2.  A formação de um grupo (escolha dos doze)
  • Após relacionar-­se com muitas pessoas, ele selecionou aqueles que constituiriam sua célula.
  • Jesus escolheu esses homens ''para ficarem com ele". Este é o valor de uma célula: pessoas formam relacionamentos ao se encontrarem umas com as outras. Isso não ocorre quando as pessoas se encontram como "congregação" de quarenta, cinqüenta ou mais pessoas.
  • É difícil manter a transparência e edificação quando o grupo é maior do que quinze pessoas. Isso só é possível em uma célula.
II – Princípios Fundamentais do Ministério de Jesus
Jesus foi o modelo de vida de um discipulador. O estudo da maneira que ele ministrou baseado no relacionamento de “um para com um” com seus discípulos criou princípios que você pode aplicar em seu ministério:

2.1.  Jesus impactava mais pelo “relacionamento” do que por “conceitos”
  • O tempo que esses doze homens gastaram com Jesus foi tão importante para o crescimento espiritual que as suas próprias palavras.
  • Todas as palavras de Jesus registradas nos evangelhos podem ser lidas em menos de uma hora, mas ele gastou pelo menos três anos interagindo com eles.
2.2.  Jesus impactava mais pelo “exemplo” do que por “discursos”
  • Jesus gastou muito tempo mostrando qual deve ser o estilo de vida de uma pessoa que vive no Reino de Deus do que dizendo.
  • Suas noites gastas em oração, as jornadas que eles fizeram juntos, a maneira pela qual ele lhes mostrou o poder de Deus - tudo isso demonstrou valores do Reino que não poderiam ser comunicados por meio de discursos
  • A observação providenciou um impacto maior do que a instrução. O discipulador sabe que gastar tempo com o discípulo é muito importante.
  • A célula de Jesus não apenas o observou: eles também observaram uns aos outros. Eles podiam ver simultaneamente o modo que ele vivia, e contrastavam isso com o comportamento dos outros do grupo.
2.3.  Jesus impactava ao aproveitar “circunstâncias de conflito” (Mc 10.35-38, 41-45; Lc 22.31­-34) 
  • A petulância de Pedro, o desejo por posição de Tiago, a falta de fé na vida de Tomé e o coração sensível de João, tudo foi revelado no contraste com o caráter de Jesus.
  • Conflitos entre os homens foram expostos, fazendo com que Jesus ministrasse a eles separadamente
2.4.  Jesus impactava também por “momentos de ensino”(Mt 17.14-20)
  • Neste evento, os doze membros da célula foram envergonhados por sua incapacidade de ministrar a um necessitado. Jesus esperou por aquele momento para ensinar uma verdade muito importante. Eles precisavam aprender que algumas necessidades só seriam supridas por meio de oração e jejum. 
  Às vezes não planejado
  • Na vida de um discipulador haverá "momentos de ensino" que não podem ser previstos ou planejados.
  • Momentos de ensino são aqueles momentos específicos quando o discípulo está pronto para receber ajuda.
  • "Ligamentos" devem ser sensíveis a circunstâncias especiais.
  • O discipulador deve aprender a fazer bom uso desses eventos inesperados que propiciam "momentos de ensino".
2.5.  Jesus impactava também por “aprendizado mútuo uns dos outros”(Mt 16.13-15)

  A Estratégia de Jesus:
  • Ele primeiro fez uma pergunta para concentrar os pensamentos deles em uma certa direção: "Quem o povo diz que o Filho do Homem é?" Ele não está muito interessado em suas respostas. Ele já faz outra pergunta: "Quem é que vocês dizem que eu sou?" A resposta de Pedro foi imediatamente confirmada por Jesus. 
   Por que Jesus usou esse método para provocar essa declaração do grupo? Ele poderia simplesmente dizer: "Eu sou o Cristo, o Filho do Deus Eterno ".
Jesus queria que seus discípulos aprendessem uns com os outros.

  Fazer alguém falar é mais significativo do que dizer
  • Existe um grande valor em levar alguém a fazer uma declaração em vez de ensiná-la. O fato de um dos discípulos ter feito tal declaração causou um profundo impacto no grupo.
  • Ponha em prática essa ferramenta de Jesus quando você ministrar ao discípulo.
  Hora de Praticar:
Alguém acaba de entrar em seu pequeno grupo e você foi designado a ser seu discipulador. Enquanto vocês conversam, ele admiti que esta semana ele havia apostado e perdido todo seu dinheiro. O que você vai fazer neste momento?
  • Isto aconteceu com alguém veja o que ele fez:
“Em vez de repreendê-lo, eu resolvi esperar até o encontro seguinte da célula. Eu perguntei ao grupo: ‘Algum de vocês já venceu a tentação de fazer uma aposta ou jogar cartas?’ Meu amigo foi muito impactado por aqueles que compartilharam suas próprias experiências ou experiências com familiares que gastaram dinheiro em apostas. No encontro seguinte, ele falou abertamente sobre as respostas dadas no grupo e o que ele havia aprendido.”

Apelo:
  • Jesus nos deu muitas outras maneiras de lapidar valores na vida dos outros.
  • Ao ler os Evangelhos, pense no que Jesus disse e como ele ministrou aos membros de sua célula. Ele é o mestre, e, portanto, o exemplo supremo de como edificar uns aos outros.