segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Seis Atitudes de um Discipulador

I – O Discipulador Ouve
  • Na escola aprendemos a ler e escrever, mas a maioria das pessoas não teve nenhum treinamento formal de como ouvir. Se não aprendermos a ouvir, nunca entenderemos realmente o quadro geral do estilo de vida de outra pessoa.
  Definição de Ouvir:
  • Ouvir significa compreender a maneira pela qual a outra pessoa vê o mundo. Uma vez feito isso, nós vemos o mundo da maneira com que ela vê o mundo, e assim entendemos como ela se sente.
☺ Veja esta figura:
  Ouvir ≠ Falar a si Mesmo
  • Na verdade essas duas pessoas não estão conversando uma com a outra. Elas estão falando para elas mesmas! É muito fácil projetar seus princípios e valores em outra pessoa, distorcendo, dessa forma, o que aquela pessoa sabe ou valoriza.
  • Para ministrar ao discípulo, você deve cuidar para não pressupor que seus princípios fazem sentido automaticamente para a outra pessoa. 
1.1.      Não cometa estes erros:

   Ignorar o que está sendo dito,  enquanto pensa: "O que eu vou dizer como resposta ao que ele está falando?"

   Parecer estar ouvindo, desligando-se da conversa com comentários do tipo "Sim. Ah, sei ... Certo ... " 3. FILTRAR O QUE ESTÁ OUVINDO, escolhendo apenas o que você quer ouvir e ignorando o restante dos comentários.
   Ouvir intensamente, , prestando atenção excessiva no que está sendo dito mas sem estar sensível aos sentimentos que estão por trás das palavras.

1.2.      Use a "Escuta intencional, ativa"
  • Nesse nível você procura entender as necessidades, os medos, as alegrias e as fortes convicções do discípulo. Isso é chamado, por alguns, de "escuta ativa".
  • Em vez de pressupor pensamentos e sentimentos, você está lidando com a realidade dentro da cabeça e do coração da outra pessoa. Você está ouvindo para entender.
  Lembre-se:
“Necessidades satisfeitas não levam a pessoa a crescer em Cristo. Apenas as necessidades não satisfeitas fazem isso”.
  • Quando você realmente ouve, o discípulo compartilha as coisas mais profundas de sua vida. 
1.3.      Ouça com Aceitação

  Caso Real:
Um ex-viciado em drogas disse certa vez: “Ainda quando estava lutando para me libertar do vício, eu contei a alguns cristãos sobre minha luta para manter-me longe das drogas. Sabe qual foi o resultado, eles passaram a me evitar. Eles parecem aceitar muito bem as pessoas que dizem que estiveram envolvidas com drogas, mas eles não querem contato com alguém que ainda está nas drogas!"

  Não julgue, aceite as pessoas
  • Seria terrível para o discípulo sentir que você tem esse tipo de atitude enquanto está escutando as necessidades dele.
  • Ouça com aceitação, sem julgar e condenar o que está escutando.
1.4.      Cuidado com a Expressão Corporal
  • É muito importante dar atenção ao que você transmite com a sua expressão corporal enquanto ouve.
  Pesquisa:
  • Estudos mostram que 55% do impacto que você faz ao ouvir uma pessoa não vêm de sua expressão verbal; mas sim da maneira em que você senta, o que você faz com seus braços e mãos etc. Outros 38% de sua influência serão transmitidos por sua expressão vocal, e apenas 7% pelas palavras que você diz!
  Ouça com os ouvidos espirituais
  • Ouvir é uma tarefa difícil ­especialmente quando você está tentando ouvir com os ouvidos fisicos o que o discípulo está falando e com os ouvidos espirituais o que o Senhor está falando. 
II – O Discipulador Intercede
  • A razão pela qual é tão importante ouvir é que você pode interceder ao Senhor por aquilo que foi compartilhado.
2.1.Definindo Intercessão
  • Intercessão é aproximar-se de Deus em favor de uma outra pessoa
  • A palavra interceder vem de duas palavras do latim que significam "estar entre".
  • Ser um discipulador para outra pessoa significa implorar a Deus por misericórdia pelo discípulo, que está em necessidade.
2.2.Exemplos de Intercessão

  Abraão intercede por Sodoma e Gomorra (Gn 18.1-2, 16-33)
  • Abraão intercede por essas cidades e Deus responde ao seu apelo.
  Moisés intercede por Israel (Ex 32.1-14)
  • A intercessão de Moisés salvou Israel do julgamento de Deus
  A Igreja intercede por Pedro (At 12.1-19)
  • Pedro havia sido liberto da prisão por meio da intercessão da Igreja que se reunia na casa de Maria.
2.3. Intercessão pelo discípulo gera vida (1 Jo 5.16)
“Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.”

  Quais os tipos de pecado apresentado neste texto?

  "o pecado que traz a morte”
  • Muitos estudiosos dizem que a palavra "morte" nesse texto refere-se tanto à morte espiritual quanto física
  "o pecado que não traz a morte”
  • Alguém chamou isso de "pecado imprudente" - coisas que um cristão imaturo faz por ignorância, repetindo velhos hábitos que foram enraizados antes de sua entrega a Cristo. 
  Tendo como base o texto acima o que fazer nesta situação:
Certo discipulador tomou-se próximo o suficiente do discípulo para saber que ele tinha o hábito de fumar secretamente. O fato de ele esconder seu hábito revelou que sabia que estava fazendo algo errado. O relacionamento entre eles ­não era ainda forte o suficiente para confrontar a hipocrisia e o hábito. O que o discipulador deveria fazer?
  • O discipulador deve levou a situação a Deus em oração intercessória. Ao fazer isso, uma grande paz invadiu sua alma. Foi como se Deus tivesse dito: "Deixe essa situação para mim. Eu lidarei com ela".
  • De fato, é exatamente isso que o verbo grego diz que deve acontecer em situações como esta. O texto está dizendo: "Se você ora por seu irmão mais fraco, que está envolvido em pecado imprudente que não traz a morte como punição, então Deus dará vida a você (o intercessor) e ao discípulo!”
  • Você enfrentará situações em seu ministério em que você simplesmente apresentará a situação ao Senhor e descansará sabendo que ele tomará contai
2.4. A Intercessão te faz um com o Espírito (Rm 12.8)
  • A palavra grega usada para o Espírito Santo é parakletos = "alguém escolhido para ajudar".
  • Esta mesma palavra é usada como um particípio para descrever o dom espiritual de animar os outros
  • Este dom estará operando em você enquanto você servir de discipulador, você estará literalmente respondendo ao chamado de ser "alguém escolhido para ajudar"!
2.5. A Intercessão nos cura também (Rm 8.26)
"Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que as palavras não podem explicar, pede a Deus em nosso favor. "
  • O fato interessante sobre ser um intercessor é o relacionamento que nos é proporcionado com o Intercessor!
  •  Você crescerá em sua própria vida de maneira especial enquanto ele se coloca do seu lado para ajudar você a tomar-se um parakletos para outra pessoa.
III – O Discipulador forma pelo exemplo próprio

3.1.   Somos Modelos querendo ou não (1 Co 11.1)
“Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.”
  • Você alguma vez já pensou que qualquer coisa que você faça (algo nobre ou não) é uma atitude que serve como modelo? Não escolhemos ser modelos é o resultado inevitável de viver. 
☺ Seria arrogância pretendermos ser modelo para alguém?

  Paulo estava longe de ser arrogante ao escrever estas passagens:
"Por isso peço que sigam o meu exemplo" (1 Co 4.16)
"Meus irmãos, peço que sigam como eu" (Gl 4.12)
"Meus irmãos, continuem a ser meus imitadores. E observem também os que vivem de acordo com o exemplo que temos dado a vocês" (Fp 3.17)
"e seguiram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor" (1 Ts 1.6)
"Vocês sabem que devem seguir o nosso exemplo " (2 Ts 3.7)
claro que temos o direito de receber ajuda; mas não pedimos nada para que vocês seguissem o nosso exemplo" (2 Ts 3.9).

  O autor da carta aos Hebreus também diz:
"Lembrem-se dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que tinham.” (Hb 13.7)

3.2.   Somos dignos o suficiente para sermos modelos?
  • Mesmo você não olhando para si mesmo como um "líder", você o é.
  • Satanás enche sua mente com pensamentos como este: "Oh, não! Eu não estou pronto para isso. Minha vida está uma bagunça. Eu não posso ser um modelo de vida cristã!
  A justiça de Cristo nos torna dignos (Rm 8.1)
"Mas se Cristo vive em vocês, isso quer dizer que, embora o corpo vá morrer por causa do pecado, para vocês o Espírito de Deus é vida porque vocês têm sido aceitos por Deus. "
  • Apenas lembre-se disto: nenhum de nós é perfeito, ­e nunca o seremos até irmos para o céu. Mas quando você se tomou cristão, você foi revestido com toda a justiça que você nunca alcançaria.
  A presença de Cristo nos torna dignos (Gl 2.20)
“Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”

  • No momento em que você orou para receber a Cristo, ele literalmente veio para habitar em você. Com a entrada dele em sua vida, toda a justiça dele inundou seu ser.
  • Você nunca será mais justo do que é neste exato momento, porque a única origem da justiça que você pode possuir veio para habitar em você.
  • Se você acreditar nos sussurros de Satanás dizendo que você não é bom o suficiente para ser um modelo de vida cristã, você está aceitando uma mentira como verdade.
3.3.   Somos maduros o suficiente para sermos modelos?
  • Talvez você não seja tão maduro em sua fé quanto um dia há de ser. Mas o objetivo agora não é servir como modelo de maturidade, mas de amor por Jesus e do desejo de servir seu Senhor!
☺ Pense Nisto:
Há muitos anos, quando meu filho Ralph tinha sete anos de idade, eu estava fora numa viagem missionária. Ele escreveu uma carta para mim. Eu sorri ao ver sua carta com letras tão feias e repleta de erros ortográficos. Sua escrita era perfeita? Nunca! Mas o que ele escreveu provocou lágrimas em meus olhos.
Era mais ou menos assim: "Qerido Pai. Eu amu você. Esta com saldade. Vote logo. Ralphie.” Sua carta estava perfeita!  

  Não esconda seus defeitos
  • Essa é a atitude que Deus espera de você como discipulador. O discípulo não espera perfeição de você. Deixe suas verrugas e espinhas espirituais aparecerem, ­escondê-las é um grande erro.
  • Mas você pode mostrar um coração de servo, um espírito preocupado com os outros, um gesto de amor. É isso o que é necessário para tornar-se um modelo perfeito. 
  Você será respeitado pela sua preocupação não pela sua perfeição
  • Quando você começa a descobrir que é respeitado e amado em virtude da sua preocupação pelo discípulo, você ganhará confiança em seu próprio potencial para os propósitos divinos.
  • O presente mais valioso que você pode dar é um exemplo sincero de companheirismo nessa jornada. Permitir que Cristo seja revelado em você é o que trará influência sobre a vida do discípulo.
IV – O Discipulador Ensina

  Quando você ouve o verbo ensinar pensa em que?
  • Existem duas coisas nas quais pensamos quando o verbo ensinar é mencionado. A primeira é uma sala de aula, e a segunda é um quadro-negro! 
4.1.  Ensinar ≠ Apresentar Fatos Desconhecidos
  • Se discipular pra você é um professor explicando fatos que ainda não foram aprendidos pelo discípulo pegue um apagador e apague essas impressões do guadro-negro de sua mente.
  • O que você fará como "professor" deve ser baseado em um modelo mais bíblico. Nos dias de Jesus o método de instrução era essencialmente oral, com uma forte ênfase na memorização. O objetivo não era acumular informações, mas causar uma transformação na vida do aprendiz.
  • Companheirismo e vida compartilhada eram as coisas que marcavam o relacionamento: o aluno estava constantemente com o seu professor.
  • Além disso, esperava-­se do discípulo que assumisse uma posição de servo de seu professor cumprindo tarefas básicas como carregar lenha, comprar comida, esfregar o chão etc.
V – O Discipulador Marca o Passo

5.1.      O que você entende por marcar o passo?
  • Marcar o passo é um termo emprestado do atletismo. 
  Objetivo do marcador de passo:
  • Acertar o passo para os que o seguem.
  • Mostra o caminho, indicando a direção a ser tomada.
  • Mostra como correr constantemente em vez de dar arrancadas (ir muito rápido no início fica sem fôlego muito antes do final da corrida – começar muito devagar pode terminar na última posição)
  Áreas que necessitam de alguém que marque o passo
  • Oração – uma hora juntos em oração é um exemplo. É bem provável que ninguém tenha adquirido esse hábito de orar por tanto tempo sem que outra pessoa tenha mostrado a maneira de fazê-Io.
  • Testemunho – testemunhar para os perdidos é outra área que sempre requer alguém experiente para dar o exemplo nas visitas e no acompanhamento. 
VI – O Discipulador envolve o discípulo com outros cristãos

6.1.  Evite o exclusivismo (outros podem ajudar você)
  • Não permita que o relacionamento que você desenvolveu com o discípulo se tome exclusivo! Procure desenvolver contatos com outros que tenham tido experiências similares. Estenda os relacionamentos do discípulo a outros membros da célula e da Igreja. Reconheça que esses novos relacionamentos irão complementar o seu trabalho com o discípulo.
  Por que isto é importante?
  • Se você não fizer isso, o resultado do discipulado poderá ser um "eco" de você mesmo. Ecos não são vozes! Dominar o discípulo ou limitar os contatos com outros da célula não é muito sábio. É bom pensar em pessoas de sua célula ou de sua igreja que possam enriquecer a vida do discípulo.  
  • Programe encontros entre eles para estimular futuros contatos, independentes de sua presença.
  • Se você está tentando satisfazer suas próprias necessidades emocionais ao limitar os contatos e amizades do discípulo com outras pessoas, existe o perigo de seu relacionamento com o discípulo se romper.

2 comentários:

  1. Pastor até que ponto seria seguro ou arriscado, durante o discipulado, envolver o discípulo com outras pessoas da célula? Hã algum tipo de risco nisto? Se há, como preparar os discípulo para possíveis problemas?

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  2. A responsabilidade dos membros mais maduros sobre os recém chegados, torna-se evidente em sua postagem. No entanto, um grande equívoco cometido por muitos na casa de Deus, é a subtração da atenção logo após o batismo...quiçá não fosse assim!!!
    A igreja é uma escola, e como toda escola, os alunos precisam de professores, principalmente, os calouros.

    PARABÉNS PASTOR!!!

    TE SIGO!

    SE PUDER, VEJA MINHA PÁGINA, SERIA UMA HONRA TÊ-LO COMO SEGUIDOR.

    UM ABRAÇO PARA A POLYANNA!!!!

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